terça-feira, 26 de março de 2019

Colapso no Futebol Brasileiro!! Queda de braço de SE Palmeiras e Athletico Paranaense contra Globo complicam negócio de R$ 1,8 bilhão da emissora carioca
Faltam 33 dias para o começo do Campeonato Brasileiro. O Premiere segue vendendo assinaturas, como se nada estivesse acontecendo. Mas pode ter 76 jogos a menos

Por: PORTAL DE NOTICIA BRASIL com Portal R7

São Paulo, Brasil

A contagem regressiva não para.

Faltam 33 dias para o início do Campeonato Brasileiro.

Jamais na história, a dona do monopólio das transmissões do futebol neste país esteve nesta constrangedora situação.

Palmeiras, campeão de 2018, e o Athletico Paranaense, sétimo colocado, fecharam com a Turner. Nos jogos mostrados a cabo, nada da tevê global, o Sportv. E sim TNT e Space para as partidas destes dois clubes, mais Ceará, Bahia, Santos, Internacional e Fortaleza.

Só que tudo se complica ainda mais em relação à tevê aberta e o pay-per-view.

É na audiência da aberta que é aferida a importância do evento para os patrocinadores.

Se a tendência se confirmar, o estrago será grande.

O público paulista ficará sem jogos do elenco mais caro do país.

O paranaense não terá partidas do único representante do Estado na Globo.

Já foi publicado neste blog que há também a consequência no Cartola FC.

O fantasy game que a emissora carioca estava investindo desde 2005. Já tinha seu público cativo. O jogo, que será lançado de qualquer maneira, não poderá ter atletas palmeirenses e atleticanos. É como se não existissem.

A Globo não está preocupada com bom senso.

E sim em seguir cativando seu público.

Um dos últimos atos do ex-presidente Temer, vale lembrar, foi a liberação da Medida Provisória 846, que libera as apostas esportivas no país. O Ministério da Fazenda tem dois anos para regularizar a atividade.

Ou seja, daqui, no final de 2020, já se poderá apostar em jogos de futebol online neste país.

Estudos mostram que as apostas  no futeboil, feitas no Brasil, em 500 sites do exterior, movimentam até R$ 4 bilhões, em um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas encomendado pela Caixa Econômica Federal.

É um mercado importantíssimo.

E que a Globo já se prepara para partilhar.

O Cartola FC não tem nada de ingênuo.

Serve de laboratório.

E já rendeu R$ 14 milhões em 2018.

Distribuindo R$ 600 mil em prêmios.

Ótimo negócio que Palmeiras e Athletico Paranaense atrapalharão, caso não cedam.

Esses aspectos já foram abordados pelo blog.
Fatou detalhar o 'crème de la crème', como dizia o ex-executivo da TV Globo, Marcelo Campos Pinto, aposentado, por coincidência, quando estouraram os escândalos envolvendo a Fifa e as vendas de transmissão para várias tevês do mundo.
O 'crème' se chama Premiere.
O canal foi criado em 1997, há 22 anos.
A emissora carioca copiou o fenônemo das transmissões pagas nos Estados Unidos.
O telespectador teria o direito de ver a partida que quisesse, desde que pagasse por isso.
Ao longo dos anos, o negócio se tornou fabuloso.
No ano passado, rendeu ao Grupo Globo, nada menos do que R$ 1,8 bilhão.
A emissora tem um mercado cativo de dois milhões de assinantes, pagando entre R$ 79,90 (só por Internet) e R$ 99,90, por mês (tevê e Internet).
As amadoras administrações dos clubes demoraram décadas para perceber o quanto dinheiro a Globo faturava.

Mas acordaram.

Principalmente Palmeiras e Athletico Paranaense, que não aceitaram o dinheiro que a emissora quer destinar aos dois até 2024.

Assim como no Cartola FC, o ganho líquido global é incrível, principalmente lembrando que o país segue atolado na recessão.

Um estudo feito pela consultoria Ernest & Young mostra.

A projeção para 2019 apontava que a Globo seguiria ganhando R$ 1,8 bilhão e distribuiria R$ 650 milhões aos vinte clubes. Só que, a emissora tem um contrato especial para Corinthians e Flamengo. Ela assegura as maiores cotas às equipes mais populares do país, mesmo se não vencerem os campeonatos até 2024.

Corintianos e flamenguistas têm direito a 18,5% cada do dinheiro reservado aos clubes, no mínimo. Fora o que receberem com a indicação do assinante. Uma mínima parte é paga ao clube que o assinante indicar.

Ou seja, sobrariam 81,5% para 18 clubes dividirem.

O Athletico Paranaense se revoltou.

Mas a fúria maior foi o Palmeiras.

O presidente Mauricio Galiotte é direto em relação à questão. O clube é o atual campeão. Tem o elenco mais qualificado. E, por anos e anos, foi desprezado pela Globo, que preferia mostrar jogo do Corinthians e São Paulo nas tevês abertas paulistas.

O Corinthians sempre ganhou a mais que o rival.

Galiotte foi direto, se não houver igualdade em relação aos corintianos também no pay-per-view, nada feito.

A previsão da Ernest & Young era que o Corinthians receberia R$ 270 milhões somando aberta, cabo e PPV. E o Palmeiras ficaria perto dos R$ 140 milhões. O clube tanto não aceitou essa diferenciação, que assinou com a Turner.

Além de não aceitar a multa de 20% que foi dada, por exemplo, ao Santos.

Por cometer o 'pecado' de preferir ter seus jogos mostrados nos canais da Turner do que no Sportv.

O Palmeiras está preparado financeiramente para não fechar na aberta e no pay-per-view.

Assim como o Athletico.

Postura que tem tudo para complicar a comercialização da Globo.

A emissora ficará sem 20% dos times no Brasileiro.

Os consumidores do Premiere sem 20% dos jogos.

A publicidade do serviço já mudou.

Não estão anunciados mais 'todas' as partidas do Brasileiro.

Só que há algo importantíssimo.

O consumidor pode ter 76 partidas a menos do que espera.

38 de cada equipe  rebelde.

Algo que tem tudo para chamar a atenção do Procon.

20% a menos na cobrança das mensalidades é um peso enorme para a Globo.

O pay-per-view passaria a valer R$ 360 milhões menos.

Fora que torcedores palmeirenses e athleticanos desavisados não terão 100% da transmissão dos times que amam.

Não há qualquer menção na publicidade da ausência, ou no mínimo, incerteza em relação à ausência dos dois clubes nas transmissões.

As assinaturas continuam sendo feitas.

Situação muito questionável.

Fora os patrocinadores do futebol na emissora que perderão a chance de aparecer em 76 jogos.

Será que não merecem desconto das cotas que pagaram?

Vale a pena reproduzir o que está na página oficial da venda do Premiere pela Globo.

Estes os destaques na página, no globoesporte.globo.com.

Hoje, dia 26 de março de 2019, às 11h15.

"Assinante Premiere acompanha o melhor do futebol brasileiro."

"Assista aos jogos exclusivos dos maiores campeonatos nacionais!
Só quem é assinante Premiere tem a maior oferta de jogos do Brasileirão A e B e os melhores clássicos dos Estaduais. São jogos exclusivos o ano todo."

"Com o Premiere a sua torcida vale ainda mais.
Parte da renda arrecadada com a
assinatura é repassada para os times."

"Leve o Premiere com você.
A hora do jogo pode ser em qualquer lugar, dentro ou fora de casa.
Você pode ver os jogos ao vivo pelo computador, smartphone e tablet. O Premiere Play está disponível para o assinante do canal e para o fã de futebol que quer ver somente online."

Nada sobre a possibilidade de 76 jogos a menos.

Palmeiras e Athletico seguem estudando juridicamente a possibilidade de transmissões por seus canais na Internet.

Ou nas redes sociais.

No streaming.

Qualquer possibilidade.

Tudo para se livrar da dependência da emissora carioca.

Faltando só 33 dias, tudo segue complicado.

Com muito dinheiro em jogo.

Na tevê aberta, no fantasy game...

E, principalmente, no pay-per-view.

A Globo jamais esperava tamanha resistência...

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